Entre 21 de maio e 01 de junho de 1981, Sri Chinmoy esteve no Brasil, passando a maior parte do tempo no Rio de Janeiro. Sua estadia aqui rendeu um pequeno diário com as memórias da viagem, chamado “Salutations to Brazil”. Nesse livrinho iremos encontrar algumas histórias deliciosas e outras que expressam um pouco a consciência “malandra” de nossa terra perante um Mestre Espiritual, tal como neste trecho:
“No Rio, fomos a uma loja que anunciava um copo de café por quinze cruzeiros. Demos vinte ao homem. Porém, ao invés de dar o troco, ele nos pediu mais vinte cruzeiros. Alo (sua colega de viagem) ficou furiosa com ele. Quando o motorista do ônibus em que estávamos chegou, ele disse ao homem: “Como é que você pode cobrar mais do que está anunciado?” Finalmente ele deu os cinco cruzeiros de troco.”
Infelizmente essa é uma consciência que, após mais de trinta anos do ocorrido, ainda impera por aqui. Ela tem mudado, é verdade, mas muito lentamente. Seria necessário que mais buscadores espirituais estivessem meditando, com muita sinceridade interior, para que as mudanças no campo espiritual se operassem com mais rapidez.
Nos aforismos de Sri Chinmoy encontramos expressões que correspondem ao estado da nossa consciência:
Um Rio-Vida-Impureza destemidamente flui.
– Sri Chinmoy, My Christmas-New Year-Vacation Aspiration-Prayers, Part 12, Agni Press, 2002
Um Rio-Desejo não possui destino.
– Sri Chinmoy, My Christmas-New Year-Vacation Aspiration-Prayers, Part 38, Agni Press, 2005
No entanto, conforme meditamos, acrescentamos pingos de luz que preenchem gradativamente o cenário em que vivemos.
O Rio-Vida flui. A Árvore-Paciência cresce.
– Sri Chinmoy, My Christmas-New Year-Vacation Aspiration-Prayers, Part 14, Agni Press, 2002
A meditação no coração, cotidianamente, passo a passo, vai nos levando ao encontro de uma realidade de maior Paz, Felicidade e Sabedoria.
Um barqueiro
Devotadamente ama
O Rio-Vida.
– Sri Chinmoy, Seventy-Seven Thousand Service-Trees, Part 5, Agni Press, 1998
Eu cresço com meu Rio-Coração,
Eu minguo com meu Rio-Mente.
Além desses dois rios,
Sussurram nos meus ouvidos
As canções do eterno Agora.
– Sri Chinmoy, Ten Thousand Flower-Flames, Part 33, Agni Press, 1982